sábado, 20 de abril de 2013

O Negro na Literatura Brasileira (Pré-Modernismo)





















Introdução

O pré-modernismo que não é uma escola literária, pois, não apresenta um grupo de autores afinados em torno de um mesmo ideal, seguindo determinadas características, mas sim, a produção literária de alguns autores que, não sendo ainda modernos, já promovem rupturas com o passado. Durante este período o Brasil estava passando por varias revoltas e conflitos, onde predominou o período de regime da Republica do Café com Leite. Enfim, no PRE-MODERNISMO alguns escritores adotam uma postura critica diante aos problemas sociais, e dentre eles destacamos Monteiro Lobato e Lima Barreto.

Monteiro Lobato

Na Literatura Brasileira, o negro sofreu uma discriminação ainda maior do que o índio, já que é apresentado nas obras de Lobato com características preconceituosas, ou seja, traços racistas em relação aos negros. Mas, o que chama muito a atenção em suas obras é a ambiguidade justamente o que gera esta discussão acerca do racismo ou não do escritor.
Uma de suas obras que é bastante conhecida é “Historias de Tia Anastácia”, que conta a historia de uma negra escrava, que trabalha na casa de uma família matriarcal branca e passa a maior parte do tempo na cozinha, emblema de seu confinamento e de sua desqualificação social. A publicação do nome da personagem consta desacatos da Emília (boneca de pano que tem vida) com a empregada, seque um exemplo: 

“Parecem-me muito grosseiras e até bárbara-coisa mesmo de negra beiçuda, como Tia Anastásia. Não gosto, não gosto e não gosto!”.

Lobato utiliza características africanas na construção de outro de seus personagens negros, Tio Barnabé (que também é um sábio dos costumes populares e do folclore bem como Tia Anastácia que era um verdadeiro dicionário de historias folclórico) e reconhece a importância desta influencia africana na cultura brasileira. Além disso, o autor- no conto “Negrinho”-denuncia crueldades presentes no escravismo.
Monteiro Lobato introduziu uma forma lúdica de ensinar literatura, gramática, matemática. E no imaginário de adultos e crianças uma visão profética sobre a descoberta do Petróleo, na história contada em 1937, no "O poço do Visconde": o personagem Visconde de Sabugosa resolve ensinar geologia à turma, e os leva a procurar petróleo no sítio. Censurar tanta cultura ensinada de forma divertida, só pode ser coisa de ignorante, ou de "maluco beleza", metido a defensor dos oprimidos. O Conselho Nacional de Educação (CNE), ligado ao Ministério da Educação (MEC), divulgou no Diário Oficial da União um parecer sucinto sobre o texto do livro, "Caçadas de Pedrinho", de Monteiro Lobato, e sobre os trechos considerados racistas e que são distribuídos em escolas públicas. 
A Tia Nastácia foi e ainda é um ídolo da literatura. Ela personifica aquela babazona querida, divertida, cheia de sabedoria, que está eternizada na memória dos adultos e crianças que leram e que acompanharam "O Sítio do Pica-Pau Amarelo", obra de Geraldo Casé, visto e revisto na TV. E ele, que tão bem personificou as figuras do livro, deve estar se revirando no túmulo. Ser negra, preta ou afro-descendente não tinha a menor importância, porque não havia essa mania de perseguição sobre as diferenças entre as pessoas. Na realidade, tornou-se uma febre entre as crianças, que sonhavam ter a querida Anastácia como babá. E nem em sonho cabia preconceito. 
A dona Benta era uma escrava! Vivia fazendo bolo e costurando... Coitada! Qualquer dia vai surgir no Conselho Nacional de Educação, um alguém pra banir a figura da avó escrava... Ainda mais que a pobre velha só dialogava com a negra analfabeta e ambas limitavam suas vidas a cuidar de terríveis criancinhas que aprontavam travessuras como caçar, subir em árvores e se entupir de doces. Que horror! Ora vejam só: livro infantil a incentivar caça à onça? É por isso que elas estão em extinção? Conheço muitos adultos que despertaram o gosto pela leitura, tendo como primeiro livro as histórias de Monteiro Lobato. Foi através da sabedoria de Dona Benta que Pedrinho e Narizinho aprenderam muitos ensinamentos sobre a mitologia grega, geologia, geofísica, matemática, linguagem, gramática, etc. 
E foi ao lado de Tia Nastácia que eles conheceram e permitiram que milhares de crianças tivessem as primeiras e mais interessantes histórias do Folclore Brasileiro. Elas são narradas com graça, suspense, baseadas na cultura, mas sem o ranço das redações, severamente didáticas e pouco interessantes. 




Sociologia

Ciências sociológicas

Significado

Sócio = Sociedade
Logia = Estudo                = ├ Estudo da Sociedade (O Homem)


Métodos Científicos da Sociologia (Emile Durkheim)

1 Observação - 2 Experimentação - 3 Investigação - 4 Coleta de Dados - 5 Analise - 6 Conclusão.


1. Sociologia – Antropologia e Ciências.

A Sociologia é uma das Ciências Humanas, que tem como objetivo o estudo da sociedade, a sua organização social e os processos que interligam cada individuo em grupos, em instituições e associações ou seja estuda o comportamento do homem dentro da sociedade. Já a Psicologia diferente da Sociologia, estuda o ser na sua singularidade. A Sociologia estuda também os fenômenos sociais, compreendendo assim as diferentes formas de constituição das sociedades culturais.
O termo Sociologia foi criado por Augustos Comte em 1838 (séc.: XVIII), ele pretendia unificar os estudos relativo ao homem. Mas foi com os pensadores Karl Max, Emile Durkheim e Max Weber que a Sociologia tomou corpo e fundamento.
A Sociologia nasceu no fim do feudalismo e o inicio do capitalismo. Surgiu como disciplina, ou seja, uma resposta acadêmica para o início da sociedade moderna. Com a Revolução Industrial e posteriormente com a Revolução Francesa (1789), inicia-se uma nova era no mundo devido à queda das monarquias e a constituição dos estados nacionais no Ocidente. Daí a Sociologia surge para compreender as novas formas de vida e de comportamento das sociedades as suas estruturas e suas organizações.
A Sociologia tem a função de observa os fenômenos que se repetem nas relações sociais, podendo assim formular explicações gerais ou teóricas sobre o fato social, também se preocupa com o surgimento do capitalismo ou do estado moderno, explicando quais as suas importâncias e seus significados na vida dos cidadãos.
Com diferente forma de conhecimento a Sociologia pretende explicar a totalidade do seu universo de pesquisa. Todo o conhecimento sociológico, através dos seus conceitos, teorias e métodos, constituem um instrumento de compreensão da realidade social e de suas relações sociais.

2. De acordo com a Sociologia a estrutura das sociedades se divide em:
  • Grupos étnicos (indígenas, aborígenes, ribeirinhos e etc.) 
  • Classes sócias ( trabalhadores, esportistas, políticos, empresários e etc.) 
  • Gênero (homem, mulher, criança.) 
  • Violência (crimes, trânsito, corrupção e etc.) 
  • Instituições (família, estado, escola, religião e etc.) 
Além se suas aplicações no planejamento social, na condução de programa de intervenção social e no planejamento de programas sócio e governamental, o conhecimento sociológico e também um meio possível de aperfeiçoamento do contexto social, na medida em que auxilia os interessados a compreenderem mais claramente o comportamento dos grupos sociais, assim como a sociedade com um todo.
Sendo uma disciplina humanista a Sociologia e uma forma significativa de consciência social e de formação de espírito critico. A sociologia nasce na própria sociedade, e por isso mesmo essa disciplina pode refletir interesses de alguma categoria social ou ser usado como função ideológica, contrariando o ideal de objetividade e neutralidade da ciência. Nesse sentido, se expõem o paradoxo das Ciências Sócias, que ao contrário das ciências da natureza (como biologia, química, física e etc.) , as ciências da sociedade estão dentro do seu próprio objetivo de estudo, pois todo conhecimento é um produto social. Se isso para a Sociologia é uma desvantagem , percebemos então que a Sociologia é a única ciência que pode ter a si mesmo como objetivo de indagação critica.

Função da Sociologia

Alguns pensadores como Emile Durkheim, Max Weber e Karl Max tentaram compreender as novas situações de existências que estavam em curso, era o momento da desagregação do sistema feudal e consolidação da sociedade capitalista.

1. Emile Durkheim

Um dos primeiros a conseguir atingir esse objetivo foi Emile Durkheim, primeiramente ele emancipou a Sociologia da Filosofia Social, colocando como disciplina rigorosa e realizando uma teoria de investigação sociológica.Segundo Durkheim a função da Sociologia era somente explicar é encontrar soluções para a vida social e também explicá-la.
Durkheim afirmava que o pesquisador deveria manter certa distância e neutralidade em relação aos fatos resguardados a objetividade de sua análise, pois ele afirmava que os fatos sociais têm existência própria e independente daquilo que se pensa e faz cada indivíduo.
Para Durkheim, a Sociologia deveria ter por objetivo a comparação das sociedades. Constituindo assim o campo da morfologia social que era a classificação das espécies sociais.O positivismo diante da realidade social a ser especulada, transformou-se, na Sociologia durkheiniana, numa real postura empírica, centrada naqueles fatos que podiam ser observados, mensurados e relacionados através de dados coletados diretamente pelo cientista.Para isso, Durkheim elaborou um conjunto coordenado de conceitos e técnicas de pesquisa que embora norteadas por princípios das ciências naturais, guiavam o cientista para o discernimento de um objeto de estudo próprio e dos meios adequados para interpreta.

2. Max Weber

Max Weber , procurou fazer distinção entre o conhecimento cientifico, através de uma rigorosa investigação , e os julgamentos de valor sobre a realidade. Estabeleceu assim, rigorosa investigação entre o “Saber Empírico” e o “Juízo de Valor”
Para Weber, ao contrário do que dizem os positivistas, não existe oposição entre o indivíduo e a sociedade: as normas sociais só se tornam concretas quando se manifestam em cada indivíduo sob forma de motivação sejam eles de tradição, dos interesses racionais ou de sua emotividade. Afirmava que a tarefa do cientista era descobrir quais eram os seus sentidos da ação humana.
Para atingir a explicação dos fatos sociais Weber trabalha com um instrumento teórico chamado “tipo ideal”, que é um modelo teórico fabricado a partir de fenômenos isolados ou da ligação entre, eles que é testado, em seguida, empiricamente.

3. Karl Marx

A formação e o desenvolvimento do sistema sociológico crítico e negador da sociedade capitalista sem dúvida liga-se a tradição do pensamento socialista de Karl Max, que contribuiu através do seu estudo sobre funcionamento da sociedade capitalista, realizando uma impressionante descrição do sistema capitalista, sua evolução e suas transformações.
Segundo ele, o capitalismo era um sistema historicamente datado e, portanto, sujeito a desaparecer com o tempo, assim como ocorreu com o escravismo e com o feudalismo, que chegaram ao fim com uma grande catástrofe geral da economia e das instituições Ele previa que a falência ocorreria primeiramente nos países industrializados.A função da Sociologia na perspectiva marxista não era de solucionar os problemas sociais com o propósito de estabelecer o bom funcionamento da sociedade, mas sim contribuir para a realização de mudanças radicais na sociedade, sem duvidas alguma, era o socialismo que prevaleceria nesse sistema.
Podemos dizer então que a tarefa desses pensadores era a de racionalizar a nova ordem, encontrando soluções para o estado de “desorganização” existente. Através de ideologias diferentes, já citadas , esses três pensadores encontrar um estado de equilíbrio na nova sociedade, sendo necessário assim conhece as leis que reagem os fatos sociais, instituindo, portanto uma ciência da sociedade.

Correntes Teóricas da Sociologia

1. Teoria Positivista

Primeiro pensador a utilizar esta teoria foi Augusto Contem. A formação sociológica estava relacionada a dois princípios básicos: lei dos três estados (teológicos, metafísico e positivo) e a perspectiva dos progressos através da manutenção da ordem. 

2. Teoria Funcionalista 

Este relacionado ao pensador sociólogo de Emile Durkheim. Pois o individuo exerce uma função específica na sociedade e sua má execução significa um desregramento da própria sociedade.

3. Teoria Estruturalista 
Esta relacionada ao pensador sociólogo Max Weber. Segundo ele a Sociologia deveria compreender as ações dos indivíduos atuando e vivenciando situações sociais com determinados motivos e intenções. Ele procura analisar as organizações, grupos sociais, e instituições, como elas se estruturam, como funcionam em relação à política, economia e a religião.

4.Teoria do Conflito ou Materialista 

Primeiro pensador a utilizar esta teoria foi Karl Marx. Explicava que o mundo social segundo suas contradições se manifesta de formas distintas e conflituosas. A história das sociedades humanas em todas as épocas, através das relações, e principalmente das classes sociais apresenta-se antagônicas por viverem eternamente em verdadeiros conflitos sociais.

A Sociologia no Brasil

A Sociologia sempre teve como um dos objetos de estudos os conflitos entre as classes sociais. Na América Latina, por exemplo, a Sociologia do início do século XX sofreu intensas influências das teorias marxistas, na medida em que suas preocupações passaram a ser o subdesenvolvimento dos países latinos.
No Brasil em 1920 a 1930 (Formação da sociedade brasileira). Analisando temas como: abolição da escravatura, êxodo rural e estudos sobre os índios e negros.

Dentre os autores mais significativos tem-se:
  • 1933 (Casa Grande) - Gilberto Freyre
  • 1936 (Raízes do Brasil) - Sergio Buarque de Holanda
  • 1942 (Formação do Brasil Contemporâneo) - Caio Prado Junior
Nas décadas seguintes, a sociologia praticada no Brasil, voltou aos estudos de temas relacionados ás classes sócias trabalhadoras, tais como salários, jornadas de trabalho e comunidades rurais.
  • 1960 (Processo de Industrialização do País). Em questão de reforma agrária e movimentos sociais na cidade e no campo.
  • 1964 (O trabalho sociólogo voltou para os problemas socioeconômicos e políticos brasileiros, originados pela tensão de se viver no regime militar).
  • 1964 - 1958 (A Sociologia foi banida do regime secundarista devido a ditadura militar na época).
  • 1980 (Profissionalização da Sociologia no Brasil)
  • 1985 (Instalação da nova republica). Os sociólogos diversificaram os horizontes e ampliaram seus leques de estudos, voltaram para o estudo da mulher, do trabalhador rural e outros assuntos culminantes.
  • 2009 (A Sociologia torna-se disciplina obrigatória). A oportunidade de aproximação com a disciplina abrangeu um campo do saber que tem como objetivo a desnaturalização das concepções ou explicações dos fenômenos sociais.
Em outras palavras e sem perde de vista a importância da historia, é considerar que as coisas nem sempre foram do jeito que são. E perceber que há mudanças profundas ao longo da historia, fruto de decisão de homens.O sociólogo pode aturar nas áreas de ensino, pesquisa, planejamento, além de dar consultoria e assessoria a empresas privadas e públicas, partidos políticos, e associações profissionais entre outras entidades.


Autora: Professora Geny Xavier - Doutora em Sociologia

Feudalismo

O sistema feudal que teve significado de formações de monarquias e suas características sociais econômicas e políticas, formou-se lentamente e foi o resultado da integração de trações social romana e germânica. Processo que ocorreu entre os séculos V e X, característico do Ocidente europeu, região onde atualmente se encontra a Franca.

Política (Descentralizada ou Soberania Limitada)

O feudo baseava na exploração de propriedades rurais, com isso o senhor feudal que era o dono das terras, tinha sobre ele total domínio. Sendo ele o responsável das funções administrativas, judiciárias e militares. Além disso, na era feudal a Europa não tinha países e distribuições feudais, era tudo em um só, e como se tudo fosse a um só espaço.Embora o rei continuasse a existir, o seu poder era limitado, apenas observava a promulgações de decretos e execução de leis, e somente servia como imagem autoritária, pois naquela época o rei só era uma figura representativa por isso sua política era descentralizada.



Economia (Auto-Suficiência)


A economia feudal pode ser definida como fechada e descentralizada: fechada, porque tudo o que produziam era para o próprio consumo dos feudos, ou seja, para sua própria subsistência; descentralizada, pois não obtinham nenhum tipo de moeda que deva ser utilizada pelos feudos.O feudo era a unidade básica de sua produção. Havia o castelo onde situava o senhor feudal e sua família, e havia as vilas ou aldeia onde situava os servos, e a terra onde trabalhavam.
O manso senhorial ou reserva era destinado a produções para os senhores feudais, e o manso servil era a posse legal do senhor feudal, mas uma parte era doada aos servos que em troca assumia favores e obrigações aos senhores feudais.Campos e bosques era propriedade coletiva: lá os servos poderiam tirar matérias-primas para sua sobrevivência e alimentos para o seu gado.O comercio na Europa feudal existia em proporção desprezível, pois o feudo por mais que tentasse ser auto-suficiente sempre acabava precisando comprar algo para sua produção, isso permitia a existência de comerciantes que passava a via viajando em estradas ruins.


Sociedade (Suserania e Vassalagem)

Na era feudal eram muito reduzidas as possibilidades de alguém mudar de grupo social, por causa dessa falta de mobilidade a sociedade feudal e conhecida como estamental, além disse era composta por nobres, clero e servos.Os nobres eram proprietários dos feudos e, entre eles, vigorava o direito de primogenitura e eles se relacionavam através do sistema de suserania e vassalagem. O Clero dava sustentação ideológica e legitimava o sistema feudal. Os servos eram trabalhadores ligados aos feudos e tinha uma vida marcada por uma série de obrigações: talha, banalidades, corvéia e dízimos



Obs.:

- Foram contribuições romanas para a estruturação do feudalismo: vilas romanas, colonato e religião cristã.
- Foram contribuições germânicas para a estruturação do feudalismo: fragmentação política, comitatus, sociedade agropastoril, leis não escritas.
- Durante a Idade Média, a igreja assumiu várias funções, normatizando a sociedade através de uma cultura teocêntrica.
- Na Idade Média ocorreu a divisão do clero em clero regular (monges e abades) e clero secular (padres, bispos e arcebispos).
- O primeiro importante movimento reformista cristã foi iniciado pelo mosteiro de Cluny, em 910. Outro movimento reformista importante foi o que permitiu o surgimento dos frades (franciscanos e dominicanos).
- A igreja e o estado entraram em conflitos na Querela das investiduras, resolvido em 1122 através da Concordata de Works.

BULLYING




Bullying é um termo utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo (do inglês bully, "tiranete" ou "valentão") ou grupo de indivíduos com o objetivo de intimidar ou agredir outro indivíduo (ou grupo de indivíduos) incapaz (es) de se defender. Também existem as vítimas/agressoras, ou autores/alvos, que em determinados momentos cometem agressões, porém também são vítimas de assédio escolar pela turma.

Terminologia

Devido ao fato de ser um fenômeno que só recentemente ganhou mais atenção, o assédio escolar ainda não possui um termo específico consensual, sendo o termo em inglês bullying constantemente utilizado pela mídia de língua portuguesa. Existe, entretanto, alternativas como acossamento, ameaça assédio, intimidação, além dos mais informais judiar e implica, além de diversos outros termos utilizado pelos próprios estudantes em diversas regiões.

Caracterização do assédio escolar

"Acossamento", ou "intimidação" ou entre falantes de língua inglesa bullying é um termo freqüentemente usado para descrever uma forma de assédio interpretado por alguém que está de alguma forma, em condições de exercer o seu poder sobre alguém ou sobre um grupo mais fraco. O cientista sueco - que trabalhou por muito tempo em Bergen (Noruega) - Dan Olweus define assédio escolar em três termos essenciais:
  • comportamento é agressivo e negativo;
  • comportamento é executado repetidamente;
  • comportamento ocorre num relacionamento onde há um desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas.
  • assédio escolar divide-se em duas categorias:
  • Assédio escolar direto;
  • Assédio escolar indireto, também conhecido como agressão social
O bullying direto é a forma mais comum entre os agressores (bullies) masculinos. A agressão social ou bullying indireto é a forma mais comum em bullies do sexo feminino e crianças pequenas, e é caracterizada por forçar a vítima ao isolamento social. Este isolamento é obtido por meio de uma vasta variedade de técnicas, que incluem:
  • Espalhar comentários;
  • Recusa em se socializar com a vítima;
  • Intimidar outras pessoas que desejam se socializar com a vítima
  • Ridicularizar o modo de vestir ou outros aspectos socialmente significativos (incluindo a etnia da vítima, religião, incapacidades etc.).
O assédio escolar pode ocorrer em situações envolvendo a escola ou faculdade/universidade, o local de trabalho, os vizinhos e até mesmo países. Qualquer que seja a situação, a estrutura de poder é tipicamente evidente entre o agressor (bully) e a vítima. Para aqueles fora do relacionamento, parece que o poder do agressor depende somente da percepção da vítima, que parece estar a mais intimidada para oferecer alguma resistência. Todavia, a vítima geralmente tem motivos para temer o agressor, devido às ameaças ou concretizações de violência física/sexual, ou perda dos meios de subsistência.

Características dos bullies

Pesquisas indicam que adolescentes agressores têm personalidades autoritárias, combinadas com uma forte necessidade de controlar ou dominar. Também tem sido sugerido que uma deficiência em habilidades sociais e um ponto de vista preconceituoso sobre subordinados podem ser particulares fatores de risco. Estudos adicionais têm mostrado que enquanto inveja e ressentimento podem ser motivos para a prática do assédio escolar, ao contrário da crença popular, há pouca evidência que sugira que os bullies sofram de qualquer déficit de autoestima. Outros pesquisadores também identificaram a rapidez em se enraivecer e usar a força, em acréscimo a comportamentos agressivos, o ato de encarar as ações de outros como hostis, a preocupação com a autoimagem e o empenho em ações obsessivas ou rígidas. É freqüentemente sugerido que os comportamentos agressivos têm sua origem na infância:
"Se o comportamento agressivo não é desafiado na infância, há o risco de que ele se torne habitual. Realmente, há evidência documental que indica que a prática do assédio escolar durante a infância põe a criança em risco de comportamento criminoso e violência doméstica na idade adulta".
O assédio escolar não envolve necessariamente criminalidade ou violência. Por exemplo, o assédio escolar freqüentemente funciona por meio de abuso psicológico ou verbal. Os bullies sempre existiram, mas eram (e ainda são) chamados em português de rufias, esfola-caras, brigões, acossadores, cabriões, avassaladores, valentões e verdugos. Os valentões costumam serem hostis intolerantes e usar a força para resolver seus problemas.

Tipos de assédio escolar

Os bullies usam principalmente uma combinação de intimidação e humilhação para atormentar os outros. Alguns exemplos das técnicas de assédio escolar:
  • Insultar a vítima.
  • Acusar sistematicamente a vítima de não servir para nada;
  • Ataques físicos repetidos contra uma pessoa sejam contra o corpo dela ou propriedade.
  • Interferir com a propriedade pessoal de uma pessoa, livros ou material escolar, roupas, etc., danificando-os.
  • Espalhar rumores negativos sobre a vítima;
  • Depreciar a vítima sem qualquer motivo;
  • Fazer com que a vítima faça o que ela não quer, ameaçando-a para seguir as ordens.
  • Colocar a vítima em situação problemática com alguém (geralmente, uma autoridade), ou conseguir uma ação disciplinar contra a vítima, por algo que ela não cometeu ou que foi exagerado pelo bully;
  • Fazer comentários depreciativos sobre a família de uma pessoa (particularmente a mãe), sobre o local de moradia de alguém, aparência pessoal, orientação sexual, religião, etnia, nível de renda, nacionalidade ou qualquer outra inferioridade depreendida da qual o bully tenha tomado ciência;
  • Isolamento social da vítima;
  • Usar as tecnologias de informação para praticar o cyberbullying (criar páginas falsas, comunidades ou perfis sobre a vítima em sites de relacionamento com publicação de fotos etc.);
  • Chantagem.
  • Expressões ameaçadoras;
  • Grafitagem depreciativa
  • Usar de sarcasmo evidente para se passar por amigo (para alguém de fora) enquanto assegura o controle e a posição em relação à vítima (isto ocorre com freqüência logo após o bully avaliar que a pessoa é uma "vítima perfeita").
  • Fazer que a vítima passe vergonha na frente de várias pessoas.

Bullying professor-aluno

O assédio escolar pode ser praticado de um professor para um aluno. As técnicas mais comuns são:
  • Intimidar o aluno em voz alta rebaixando-o perante a classe e ofendendo sua auto-estima. Uma forma mais cruel e severa é manipular a classe contra um único aluno o expondo a humilhação;
  • Assumir um critério mais rigoroso na correção de provas com o aluno e não com os demais. Alguns professores podem perseguir alunos com notas baixas;
  • Ameaçar o aluno de reprovação.
  •  Negar ao aluno o direito de ir ao banheiro ou beber água, expondo-o a tortura psicológica.
  • Difamar o aluno no conselho de professores, aos coordenadores e acusá-lo de atos que não cometeu.
  • Torturas físicas, mais comuns em crianças pequenas. Puxões de orelha, tapas e cascudos.
Tais atos violam o Estatuto da Criança e do Adolescente e podem ser denunciados em um Boletim de Ocorrência numa delegacia ou no Ministério Público. A revisão de provas pode ser requerida ao pedagogo ou coordenador e, em caso de recusa, por medida judicial.

Locais de assédio

O assédio pode acontecer em qualquer contexto no qual seres humanos interajam, tais como escolas, universidades, famílias, entre vizinhos e em locais de trabalho.

Escola

Em escolas, o assédio escolar geralmente ocorre em áreas com supervisão adulta mínima ou inexistente. Ele pode acontecer em praticamente qualquer parte, dentro ou fora do prédio da escola. Alguns sinais são comuns como a recusa da criança de ir à escola ao alegar sintomas como dor de barriga ou apresentar irritação, nervosismo ou tristeza anormal.Um caso extremo de assédio escolar no pátio da escola foi o de um aluno do oitavo ano chamado Curtis Taylor, numa escola secundária em Iowa, Estados Unidos, que foi vítima de assédio escolar contínuo por três anos, o que incluía alcunhas jocosas, ser espancado num vestiário, ter a camisa suja com leite achocolatado e os pertences vandalizados. Tudo isso acabou por o levar ao suicídio em 21 de Março de 1993. 
Alguns especialistas em "bullies" denominaram essa reação extrema de "bullycídio". Os que sofrem o bullying acabam desenvolvendo problemas psíquicos muitas vezes irreversíveis, que podem até levar a atitudes extremas como a que ocorreu com Jeremy Wade Delle. Jeremy se matou em 8 de janeiro de 1991, aos 15 anos de idade, numa escola na cidade de Dallas, Texas, EUA, dentro da sala de aula e em frente de 30 colegas e da professora de inglês, como forma de protesto pelos atos de perseguição que sofria constantemente. Esta história inspirou uma música (Jeremy) interpretada por Eddie Vedder, vocalista da banda estadunidense Pearl Jam.
Na última década de 90, os Estados Unidos viveram uma epidemia de tiroteios em escolas (dos quais o mais notório foi o massacre de Columbine). Muitas das crianças por trás destes tiroteios afirmavam serem vítimas de bullies e que somente haviam recorrido à violência depois que a administração da escola havia falhado repetidamente em intervir. Em muitos destes casos, as vítimas dos atiradores processaram tanto as famílias dos atiradores quanto as escolas. Como resultado destas tendências, escolas em muitos países passaram a desencorajar fortemente a prática do assédio escolar, com programas projetados para promover a cooperação entre os estudantes, bem como o treinamento de alunos como moderadores para intervir na resolução de disputas, configurando uma forma de suporte por parte dos pares.
O assédio escolar nas escolas (ou em outras instituições superiores de ensino) pode também assumir, por exemplo, a forma de avaliações abaixo da média, não retorno das tarefas escolares, segregação de estudantes competentes por professores incompetentes ou não-atuantes, para proteger a reputação de uma instituição de ensino. Isto é feito para que seus programas e códigos internos de conduta nunca sejam questionados, e que os pais (que geralmente pagam as taxas) sejam levados a acreditar que seus filhos são incapazes de lidar com o curso. Tipicamente, estas atitudes servem para criar a política não-escrita de "se você é estúpido, não merece ter respostas; se você não é bom, nós não te queremos aqui". Freqüentemente, tais instituições (geralmente em países asiáticos) operam um programa de franquia com instituições estrangeiras (quase sempre ocidentais), com uma cláusula de que os parceiros estrangeiros não opinam quanto à avaliação local ou códigos de conduta do pessoal no local contratante. Isto serve para criar uma classe de tolos educados, pessoas com títulos acadêmicos que não aprenderam a adaptar-se a situações e a criar soluções fazendo as perguntas certas e resolvendo problemas.

Local de trabalho

O assédio escolar em locais de trabalho (algumas vezes chamado de Assédio escolar Adulto) é descrito pelo Congresso Sindical do Reino Unido como:
"Um problema sério que muito freqüentemente as pessoas pensam que seja apenas um problema ocasional entre indivíduos. Mas o assédio escolar é mais do que um ataque ocasional de raiva ou briga. É uma intimidação regular e persistente que solapa a integridade e confiança da vítima do bullying. E é freqüentemente aceita ou mesmo encorajada como parte da cultura da organização".

Vizinhança

Entre vizinhos o assédio escolar normalmente toma a forma de intimidação por comportamento inconveniente, tais como barulho excessivo para perturbar o sono e os padrões de vida normais ou fazer queixa às autoridades (tais como a polícia) por incidentes menores ou forjados. O propósito desta forma de comportamento é fazer com que a vítima fique tão desconfortável que acabe por se mudar da propriedade. Nem todo comportamento inconveniente pode ser caracterizado como assédio escolar: a falta de sensibilidade pode ser uma explicação.

Política

O assédio escolar entre países ocorre quando um país decide impor sua vontade a outro. Isto é feito normalmente com o uso de força militar, a ameaça de que ajuda e doações não serão entregues a um país menor ou não permitir que o país menor se associe a uma organização de comércio.

Militar

Em 2000, o Ministério da Defesa (MOD) do Reino Unido definiu o assédio como: “… o uso de força física ou abuso de autoridade para intimidar ou vitimizar outros, ou para infligir castigos ilícitos". Todavia, é afirmado que o assédio militar ainda está protegido contra investigações abertas. O caso das Deepcut Barracks, no Reino Unido, é um exemplo do governo se recusar a conduzir um inquérito público completo quanto a uma possível prática de assédio escolar militar. Alguns argumentam que tal comportamento deveria ser permitido por causa de um consenso acadêmico generalizado de que os soldados são diferentes dos outros postos. Dos soldados se espera que estejam preparados para arriscarem suas vidas, e alguns acreditam que o seu treinamento deveria desenvolver o espírito de corpo para aceitar isto. Em alguns países, rituais humilhantes entre os recrutas têm sido tolerados e mesmo exaltados como um "rito de passagem" que constrói o caráter e a resistência; enquanto em outros, o assédio sistemático dos postos inferiores, jovens ou recrutas mais fracos pode na verdade ser encorajado pela política militar seja tacitamente ou abertamente. Também, as forças armadas russas geralmente fazem com que candidatos mais velhos ou mais experientes abusem - com socos e pontapés - dos soldados mais fracos e menos experientes.

Alcunhas ou apelidos (dar nomes)

Normalmente, uma alcunha (apelido) é dada a alguém por um amigo, devido a uma característica única dele. Em alguns casos, a concessão é feita por uma característica que a vítima não quer que seja chamada, tal como uma orelha grande ou forma obscura em alguma parte do corpo. Em casos extremos, professores podem ajudar a popularizá-la, mas isto é geralmente percebido como inofensivo ou o golpe é sutil demais para ser reconhecido. Há uma discussão sobre se é pior que a vítima conheça ou não o nome pelo qual é chamada. Todavia, uma alcunha pode por vezes tornar-se tão embaraçosa que a vítima terá de se mudar (de escola, de residência ou de ambos).

Legislação

No Brasil, a gravidade do ato pode levar os jovens infratores à aplicação de medidas sócio-educativas. De acordo pelo código penal brasileiro, a negligência com um crime pode ser tida como uma co-autoria. Na área cívil, e os pais dos bullies podem, pois, ser obrigados a pagar indenizações e pode haver processos por danos morais.A legislação jurídica do estado brasileiro de São Paulo define assédio escolar como atitudes de violência física ou psicológica, que ocorrem sem motivação evidente praticadas contra pessoas com o objetivo de intimidá-las ou agredi-las, causando dor e angústia.
Os atos de assédio escolar configuram atos ilícitos, não porque não estão autorizados pelo nosso ordenamento jurídico, mas por desrespeitarem princípios constitucionais (ex: dignidade da pessoa humana) e o Código Civil, que determina que todo ato ilícito que cause dano a outrem gera o dever de indenizar. A responsabilidade pela prática de atos de assédio escolar pode se enquadrar também no Código de Defesa do Consumidor, tendo em vista que as escolas prestam serviço aos consumidores e são responsáveis por atos de assédio escolar que ocorram nesse contexto.
No estado brasileiro do Rio de Janeiro, uma lei estadual sancionada em 23 de setembro de 2010 institui a obrigatoriedade de escolas públicas e particulares notificarem casos de bullying à polícia. Em caso de descumprimento, a multa pode ser de três a 20 salários mínimos (até R$ 10.200) para as instituições de ensino.Na cidade brasileira de Curitiba todas as escolas têm de registrar os casos de bullying em um livro de ocorrências, detalhando a agressão, o nome dos envolvidos e as providências adotadas.

Condenações legais

Dado que a cobertura da mídia tem exposto o quão disseminada é a prática do assédio escolar, os júris estão agora mais inclinados do que nunca a se simpatizarem com as vítimas. Em anos recentes, muitas vítimas têm movido ações judiciais diretamente contra os agressores por "imposição intencional de sofrimento emocional" e incluindo suas escolas como acusadas, sob o princípio da responsabilidade conjunta. Vítimas norte-americanas e suas famílias têm outros recursos legais, tais como processar uma escola ou professor por falta de supervisão adequada, violação dos direitos civis, discriminação racial ou de gênero ou assédio moral.

No Brasil

Uma pesquisa do IBGE realizada em 2009 revelou que quase um terço (30,8%) dos estudantes brasileiros informou já ter sofrido bullying, sendo maioria das vítimas do sexo masculino. A maior proporção de ocorrências foi registrada em escolas privadas (35,9%), ao passo que nas públicas os casos atingiram 29,5% dos estudantes. 
No Brasil, uma pesquisa realizada em 2010 com 5.168 alunos de 25 escolas públicas e particulares revelaram que as humilhações típicas do bullying são comuns em alunos da 5ª e 6ª séries. Entre todos os entrevistados, pelo menos 17% estão envolvidos com o problema - seja intimidando alguém, sendo intimidados ou os dois. A forma mais comum é a cibernética, a partir do envio de e-mails ofensivos e difamação em sites de relacionamento como o Orkut.
Em 2009, uma pesquisa do IBGE apontou as cidades de Brasília e Belo Horizonte como as capitais brasileiras com maiores índices de assédio escolar, com 35,6% e 35,3%, respectivamente, de alunos que declararam esse tipo de violência nos últimos 30 dias.

Casos célebres

Na Grande São Paulo, uma menina apanhou até desmaiar por colegas que a perseguiam [30] e em Porto Alegre um jovem foi morto com arma de fogo durante um longo processo de assédio escolar.Em maio de 2010, a Justiça obrigou os pais de um aluno do Colégio Santos Doroteia, no bairro Sion de Belo Horizonte, a pagar uma indenização de R$ 8 mil a uma garota de 15 anos por conta de assédio escolar. 
A estudante foi classificada como GE (sigla para integrantes de grupo de excluídos) por ser supostamente feia e as insinuações se tornaram frequentes com o passar do tempo, e entre elas, ficaram as alcunhas de tábua, prostituta, sem peito e sem bunda. Os pais da menina alegaram que procuraram a escola, mas não conseguiram resolver a questão. O juiz relatou que as atitudes do adolescente acusado pareciam não ter "limite" e que ele "prosseguiu em suas atitudes inconvenientes de 'intimidar'", o que deixou a vítima, segundo a psicóloga que depôs no caso, "triste, estressada e emocionalmente debilitada". 
O colégio de classe média alta não foi responsabilizado.Na USP, o jornal estudantil O Parasita ofereceu um convite a uma festa brega aos estudantes do curso que, em troca, jogassem fezes em um gay. Um dos alunos a quem o jornal faz referência chegou a divulgar, em outra ocasião, estudantes da Farmácia chegaram a atirar uma lata de cerveja cheia em um casal de homossexuais, que também era do curso, durante o tradicional happy hour de quinta-feira na Escola de Comunicações e Artes da USP. Ele disse que não pretende tomar nenhuma providência judicial contra os colegas, embora tenha ficado revoltado com a publicação da cartilha.
Também em junho de 2010, um aluno de nona série do Colégio Neusa Rocha, no Bairro São Luiz, na região da Pampulha de Belo Horizonte, foi espancado na saída de seu colégio, com a ajuda de mais seis estudantes armados com soco inglês. A vítima ficou sabendo que o grupo iria atacar outro colega por ele ser "folgado e atrevido", sendo inclusive convidada a participar da agressão.
Em entrevista ao Estado de Minas, disse: Eles me chamaram para brigar com o menino. Não aceitei e fui a contar a ele o que os outros estavam querendo fazer, como forma de alertá-lo. Quando a dupla soube que contei, um deles colocou o dedo na minha cara e me ameaçou dentro de sala, durante aula de ciências. Ele ainda ligou escondido, pelo celular, para outro colega, que estuda pela manhã, e o chamou para ir à tarde à escola.
Durante o ano de 2010, Bárbara Evans, filha de Monique Evans e estudante da Universidade Anhembi Morumbi (onde cursava o primeiro ano de Nutrição), em São Paulo, entraram na Justiça com um processo de assédio escolar realizado por seus colegas. No dia 12/06/2010, um sábado à noite, o muro externo do estacionamento do campus Centro da referida Universidade foi pichado com ofensas a ela e a sua mãe
Em recente caso julgado no Rio Grande do Sul (Proc. nº 70031750094 da 6ª Câmara Cível do TJRS), a mãe do bullie foi condenada civilmente a pagar indenização no valor de R$ 5 mil (cinco mil reais) à vítima. Foi um legítimo caso de cyberbullying, já que o dano foi causado por meio da Internet, em fotolog (flog) hospedado pelo Portal Terra. No caso, o Portal não foi responsabilizado, pois retirou as informações do ar em uma semana. Não ficou claro, entretanto, se foi uma semana após ser avisado informalmente ou após ser judicialmente notificado.
Alguns casos de assédio escolar entre crianças têm anuência dos próprios pais, como um envolvendo um garoto de 9 anos de Petrópolis. A mãe resolveu tirar satisfação com a criança que constantemente agredia seu filho na escola e na rua, mas o pai do outro garoto, em resposta, procurou a mãe do outro garoto chamado de "boiola" e "magrelo". Ela foi empurrada em uma galeria, atingida no rosto, jogada no chão e ainda teve uma costela fraturada. O caso registrado em um vídeo foi veiculado na internet e ganhou os principais jornais e telejornais brasileiros.
Em 2011, a 13ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro condenou uma escola privada a pagar indenização a uma vítima de bullying.Em 2011, o Massacre de Realengo, no qual 12 crianças morreram alvejadas por tiros, foi atribuído, por ex-estudantes da escola e ex-colegas do atirador, a uma vingança por bullying. O atirador, que se suicidou durante a tragédia, também citou o bullying como a motivação para o crime nos vídeos recuperados pela polícia durante as investigações.