sábado, 20 de abril de 2013

O Negro na Literatura Brasileira (Pré-Modernismo)





















Introdução

O pré-modernismo que não é uma escola literária, pois, não apresenta um grupo de autores afinados em torno de um mesmo ideal, seguindo determinadas características, mas sim, a produção literária de alguns autores que, não sendo ainda modernos, já promovem rupturas com o passado. Durante este período o Brasil estava passando por varias revoltas e conflitos, onde predominou o período de regime da Republica do Café com Leite. Enfim, no PRE-MODERNISMO alguns escritores adotam uma postura critica diante aos problemas sociais, e dentre eles destacamos Monteiro Lobato e Lima Barreto.

Monteiro Lobato

Na Literatura Brasileira, o negro sofreu uma discriminação ainda maior do que o índio, já que é apresentado nas obras de Lobato com características preconceituosas, ou seja, traços racistas em relação aos negros. Mas, o que chama muito a atenção em suas obras é a ambiguidade justamente o que gera esta discussão acerca do racismo ou não do escritor.
Uma de suas obras que é bastante conhecida é “Historias de Tia Anastácia”, que conta a historia de uma negra escrava, que trabalha na casa de uma família matriarcal branca e passa a maior parte do tempo na cozinha, emblema de seu confinamento e de sua desqualificação social. A publicação do nome da personagem consta desacatos da Emília (boneca de pano que tem vida) com a empregada, seque um exemplo: 

“Parecem-me muito grosseiras e até bárbara-coisa mesmo de negra beiçuda, como Tia Anastásia. Não gosto, não gosto e não gosto!”.

Lobato utiliza características africanas na construção de outro de seus personagens negros, Tio Barnabé (que também é um sábio dos costumes populares e do folclore bem como Tia Anastácia que era um verdadeiro dicionário de historias folclórico) e reconhece a importância desta influencia africana na cultura brasileira. Além disso, o autor- no conto “Negrinho”-denuncia crueldades presentes no escravismo.
Monteiro Lobato introduziu uma forma lúdica de ensinar literatura, gramática, matemática. E no imaginário de adultos e crianças uma visão profética sobre a descoberta do Petróleo, na história contada em 1937, no "O poço do Visconde": o personagem Visconde de Sabugosa resolve ensinar geologia à turma, e os leva a procurar petróleo no sítio. Censurar tanta cultura ensinada de forma divertida, só pode ser coisa de ignorante, ou de "maluco beleza", metido a defensor dos oprimidos. O Conselho Nacional de Educação (CNE), ligado ao Ministério da Educação (MEC), divulgou no Diário Oficial da União um parecer sucinto sobre o texto do livro, "Caçadas de Pedrinho", de Monteiro Lobato, e sobre os trechos considerados racistas e que são distribuídos em escolas públicas. 
A Tia Nastácia foi e ainda é um ídolo da literatura. Ela personifica aquela babazona querida, divertida, cheia de sabedoria, que está eternizada na memória dos adultos e crianças que leram e que acompanharam "O Sítio do Pica-Pau Amarelo", obra de Geraldo Casé, visto e revisto na TV. E ele, que tão bem personificou as figuras do livro, deve estar se revirando no túmulo. Ser negra, preta ou afro-descendente não tinha a menor importância, porque não havia essa mania de perseguição sobre as diferenças entre as pessoas. Na realidade, tornou-se uma febre entre as crianças, que sonhavam ter a querida Anastácia como babá. E nem em sonho cabia preconceito. 
A dona Benta era uma escrava! Vivia fazendo bolo e costurando... Coitada! Qualquer dia vai surgir no Conselho Nacional de Educação, um alguém pra banir a figura da avó escrava... Ainda mais que a pobre velha só dialogava com a negra analfabeta e ambas limitavam suas vidas a cuidar de terríveis criancinhas que aprontavam travessuras como caçar, subir em árvores e se entupir de doces. Que horror! Ora vejam só: livro infantil a incentivar caça à onça? É por isso que elas estão em extinção? Conheço muitos adultos que despertaram o gosto pela leitura, tendo como primeiro livro as histórias de Monteiro Lobato. Foi através da sabedoria de Dona Benta que Pedrinho e Narizinho aprenderam muitos ensinamentos sobre a mitologia grega, geologia, geofísica, matemática, linguagem, gramática, etc. 
E foi ao lado de Tia Nastácia que eles conheceram e permitiram que milhares de crianças tivessem as primeiras e mais interessantes histórias do Folclore Brasileiro. Elas são narradas com graça, suspense, baseadas na cultura, mas sem o ranço das redações, severamente didáticas e pouco interessantes. 




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