Globalização e Autonomia

O atual processo de globalização tem sido visto/analisado como algo exclusivamente positivo, ou então, exclusivamente, negativo. Os apologistas defendem este processo como um novo tempo espaça que abre possibilidades para realização dos indivíduos através de um progresso social e econômicos positivos (com melhores padrões de vida), da inovação tecnológica (maior facilidade de locomoção, de contato com o mundo, de ganho de tempo, de acesso à informação) e da liberdade cultural.
Possuem uma concepção bastante clara dos desenvolvimentos técnicos propiciados pelo capitalismo global, porém minimizam as conseqüências socioeconômicas e as políticas negativas para os indivíduos neste contexto.
Os críticos radicais acentuam que a globalização é a responsável pelo aumento da pobreza, da violência e da destruição ambiental; é destruidora das tradições locais, provoca uma homogeneização cultural sem precedentes e subordina as regiões mais pobres às mais ricas.Através de uma postura idealista, afirmam que a globalização é determinada pelo neoliberalismo, faltando-lhes a distinção entre o que é um fenômeno estrutural objetivo (globalização) e o que é um programa político-ideológico (neoliberalismo) que procura se adaptar a este fenômeno. Se for ingenuidade negar a influência do neoliberalismo sobre a globalização, também o é afirmar sua determinação.
Ao contrário dos apologistas, negam as positividades deste processo. Neste dualismo estão envolvidos preconceitos ideológicos que servem para justificar posições teóricas e políticas. Um enfoque voltado unicamente para a riqueza ou então para a pobreza de nossa História presente representa julgamentos moralistas absolutos que obstaculizam um entendimento efetivamente crítico da globalização. Constitui-se, portanto, dogmatismo, ingenuidade e limitação teórica a exigência que, muitas vezes, se coloca para que nos posicionemos a favor ou contra a globalização.
Além dessas posturas, temos também visões fragmentadas da globalização, que a compreendem apenas como formação de megablocos e blocos regionais de poder (domínio econômico); ou somente como o desenvolvimento da economia informacional (domínio tecnológico); ou um processo exclusivamente cultural; ou então significa apenas a vitória do mercado (domínio ideológico). Uma visão efetivamente crítica da globalização leva em consideração que ela é uma condição histórica concreta e, portanto, permeada de contradições (produtivas e não-produtivas), que é um fenômeno multidimensional, que diz respeito não só ao domínio econômico, mas também ao domínio político, ao sociocultural, ao tecnológico, ao educacional, etc.
Tecnologias e Influencia no Cotidiano
Na história da humanidade onde o imprevisto, o novo e a mudança estão presentes a cada dia e a cada instante ao lado dos grandes avanços científicos e tecnológicos, as transformações indicam que estamos vivendo em um tempo muito especial da história humana, uma época de abertura, de evolução e de novas conquista em termos do conhecimento humano.
Tal cenário traz inúmeras transformações em todos os setores da vida humana. O progresso tecnológico é evidente, agora é impossível processar, armazenar, recuperar e comunicar informação em qualquer formato, sem interferência de fatores como distância, tempo ou volume.
As modificações causadas pela substituição crescente do homem pela máquina, em grandes setores de suas atividades, criaram o que se chama de mundo moderno, em oposição ao mundo pré-industrial. Este não desapareceu, mas persiste em extensas regiões do globo, se bem que atingido em diferentes graus, positiva ou negativamente, pela influência multiforme da Revolução Industrial.
A máquina e o progresso técnico provocaram o aparecimento de novas formas de produção industrial e de comércio da produção em massa. Além das conseqüências imediatas nos tipos e locais de trabalho, na acumulação do capital e na importância crescente do mercado consumidor e das fontes de energia, a Revolução Industrial criou uma nova estrutura social e a ascensão da burguesia urbana, nas atividades empresariais.
Da mesma forma que a revolução industrial provocou profundas alterações na sociedade, a revolução tecnológica também, como descentralização da economia, alteração das práticas culturais, redefinição do trabalho e democratização da informação. De fato a tecnologia é o grande agente de transformações e o principal fator responsável pela criação de novas linguagens, tem contribuído para mudar o ambiente natural, os padrões de trabalho, lazer e consumo, afetando a consciência do homem moderno, impondo sua presença nas mais diversas atividades. A nova tecnologia nos dá novos mecanismos e controle interativo para satisfazer necessidades e desejos, e nos fornece novos tipos de controle criativo para formas de prazerem menos complicadas e mais modernas, que nos ajudam a vivenciar e criar experiências.
O cotidiano é influenciado pelo mundo audiovisual, na qual as Tecnologias agem diretamente no fazer e representar. A crescente criação de situações e ambientes altamente informatizados está gerando tamanha quantidade de atividades eletrônicas em todas as esferas da vida humana, cujo conjunto pode ser classificado como uma nova dimensão da nossa sociedade contemporânea. O fenômeno da globalização contribui fortemente para a criação de laços econômicos, sociais, culturais e outros, estreitando relacionamentos que até a pouco tempo atrás não existiam.
Sem dúvidas a Tecnologia da Informação aliada aos avanços das telecomunicações constitui uma espécie de infra-estrutura necessária ao desenvolvimento de uma nova concepção de globalização. A forte dependência das tecnologias para a própria sobrevivência da estrutura da sociedade nos revela que há sinais do surgimento de uma sociedade cada vez mais virtualizada.
De acordo com Soar Filho (2002) somos participantes de uma paisagem social feita da sobreposição de espaços, da superabundância de espaço. A cada hora nosso depósito de conhecimento social se expande em amplitude e sofisticação. Na medida em que esta enorme quantidade de caracteres, de modelos e de relações possíveis vai sendo internalizados, o indivíduo amplia grandemente suas possibilidades de se localizar em diferentes contextos sociais, mas também, e, sobretudo, de conduzir diálogos interiores sobre as mais diferentes questões.
Na sociedade contemporânea não apenas o indivíduo deve fazer frente à multiplicidade de estímulos e modelos, à aceleração dos processos temporais, ou à dissolução das fronteiras políticas, culturais e étnicas, como deve aprender a conviver com o intangível.
A superabundância do espaço e a aceleração dos meios de transporte levam a modificações concretas na paisagem física: concentrações urbanas, traslados de populações, a arquitetura urbana adere um novo layout que é o da multiplicidade, multifuncional idade e perda da privacidade.
Influências das Novas Tecnologias da Informação na Cultura
O ataque terrorista de 11 de setembro, as imagens de Marte geradas pelo robô Spirit, a quarta edição do Big Brother Brasil, comprar pela internet. O que esses eventos têm em comum é o uso das novas tecnologias da informação, que proporcionam efeitos inéditos e conseqüências que vão além da tela do vídeo. Essas novas tecnologias provocam mudanças profundas, forjando novas concepções nas ciências humanas, como as de indivíduo, memória, leitura e escrita. Em sua tese de doutoramento na PUC-SP, “Cultura histórica e as novas tecnologias da informação”, o historiador Raimundo Donato Ribeiro analisa artigos e entrevistas publicados na mídia entre 1995 e 2000 sobre novas tecnologias da informação e sua relação com as humanidades, filmografia tratando de questões sobre tempo, espaço e memória, e bibliografia sobre o assunto.
Ribeiro enfatiza que a tecnologia deve ser um campo de estudo também das ciências humanas porque a técnica sempre emerge de um contexto, de uma historicidade e não é um sistema autônomo, separado do homem. A cultura histórica envolve as relações do homem com o seu passado. Ocorre que as tecnologias da informação estão modificando as relações do homem com seu passado, seu futuro e sua memória.
Segundo o historiador, mais do que qualquer outra tecnologia em qualquer outra época, a da informação, acrescida da velocidade sem igual, altera, além da percepção do tempo e do espaço, também o imaginário de uma sociedade acenando para uma realidade virtual. Essa possibilidade é demonstrada, por exemplo, no filme americano Matrix (1999) que, na análise de Ribeiro, é uma representação utópica da homogeneização da sociedade. Em Matrix existe uma inteligência única que controla, vigia a todos e também integra e compartilha registros.
As novas tecnologias trazem em si a idéia de que é possível universalizar o conhecimento, neutralizando as diferenças humanas e sociais. No que o autor chama de "utopias do futuro", a felicidade é dada pela capacidade de um número crescente de pessoas poder consumir cada vez mais.
Uma característica fundamental dessas novas tecnologias é a aparente capacidade ilimitada de armazenamento de dados. Uma pesquisa da Universidade da Califórnia sobre o volume de informações produzidas no mundo mostrou que a quantidade dobrou de 1999 a 2002: de cerca de 2 hexabytes (2,5 milhões de terabytes) para 5 hexabytes. O estudo mostra que 92% dessas novas informações estão armazenadas em disco rígido, isto é, em mídia magnética. Essa capacidade infinita da ampliação da memória – embora contraditoriamente destituída de lembranças – nega o homem como suporte de sua memória. Contida numa máquina, ela se torna virtual e se afasta do indivíduo, tornando-se "memória-prótese", como qualifica o pesquisador.
A "memória-prótese" acumula registros, mas a memória humana não se constrói com tal armazenamento. São necessárias conexões, ligações afetivas para que as lembranças ganhem sentido.
Lembrar e esquecer são componentes do processo de atualização do passado. "Confrontamo-nos com uma nova possibilidade de memória que não é aquela calcada na tradição dos documentos e da oralidade, como também na seleção e no esquecimento (...), mas sim, a que oferece, pela rede, a capacidade da democratização das informações e de realização plena de um novo humanismo através das novas tecnologias da informação, da velocidade eficiente e dos bytes", explica o historiador.
Para Ribeiro, a informática não é apenas tecnologia; trata-se de uma nova linguagem, capaz de oferecer uma memória informacional automatizada (a "memória-prótese"), introduzindo mudanças na construção da memória do homem contemporâneo e construindo um novo sentido para individualidade, podendo até destituí-la. Quanto à noção de tempo linear, há uma substituição gradual pela atomização do momento, do tempo presente. É como se o futuro já tivesse chegado. Mas, como imaginam alguns filmes de ficção científica como Star trek e Guerra nas estrelas, o futuro está sempre em outra galáxia, em outro mundo como se o futuro do nosso presente já tivesse se esgotado.
Da análise do pesquisador surge a conclusão de que o futuro não é mais um alheamento. "Tentamos criar e nomear o momento em que vivemos tarefa de que a história sempre se encarregou ao estudar o passado num dado presente. O homem medieval nunca se viu como medieval (...), nós, ao contrário, buscamos uma classificação que nos dê elementos não só para nos caracterizarmos hoje, mas também para projetarmos e controlarmos o futuro, no presente", explica Ribeiro.
A influência da Tecnologia na Sociedade
A mudança contínua das novas tecnologias influencia na forma de vida, trabalho, causando a necessidade de transformação aos processos de ensino e aprendizagem. O uso do fax, computador, além de serviços prestados via satélite mostram que o conhecimento está mais acessível, pois reduz as fronteiras do espaço e do tempo. É difícil imaginar nos dias de hoje o uso de máquinas de escrever, ao invés de computadores, já que alguns modelos são encontrados no museu histórico. Ou então trocar o e-mail pelo sistema de cartas.
Quanto tempo perderia a espera de uma resposta que agora chega dentro de alguns segundos. Cada vez mais escolas e faculdades investem em novas tecnologias multimídia para transmitir idéias, descrever objetos e outras informações em seus trabalhos. Hoje os computadores são sofisticados e transformados em algo próximo, pessoal e móvel. A crescente renovação e disponibilidade da tecnologia nas instituições de ensino permitirão um aprendizado mais individualizado afetando de forma direta o sistema educacional. Sendo assim o professor terá a função de mentor do aprendizado, não apenas a fonte dos conhecimentos. A tecnologia proporciona aos estudantes trabalharem em diferentes níveis e medir a qualidade do aprendizado.
O maior desafio da atualidade está em aprender a adaptar-se às mudanças com o mínimo de esforço físico ou mental, sendo importante preparar a população para trabalhas com os novos equipamentos, superar as mudanças constantes nas novas formas de trabalho, tornando o aprendizado um processo natural e permanente que atenda as exigências do mercado de trabalho.
Steve Jobs: Fundador da Apple
- Biografia
Steve Jobs nasceu em São Francisco, no estado da Califórnia (EUA). Com apenas cinco anos mudou-se com seus pais adotivos para Palo Alto, cidade que posteriormente ficaria conhecida como um dos pólos da tecnologia e comporia o chamado Vale do Silício. Em Palo Alto, Jobs conheceu seu amigo e futuro sócio Steve Wozniak. Juntos eles criariam, em 1975, o primeiro computador da companhia, o Apple I, produzido na garagem dos pais de Steve Jobs.
Foi com o segundo protótipo, a Apple II, de 1977, que sua empresa ganhou atenção mundial do mercado e de investidores. A Apple II foi o primeiro computador pessoal vendido em larga escala e a um preço acessível. Os computadores produzidos a partir de então pela Apple trariam grandes inovações ao mercado. Em uma visita aos laboratórios da Xerox, segundo relatos descritos no livro “Fire in the Valley: The Making of. The Personal Computer”, Jobs teria se encantado por duas novas tecnologias que revolucionariam para sempre a computação pessoal: o mouse e a interface gráfica para usuário. O Lisa, computador que sucedeu o Apple II em 1983, foi o primeiro a ser vendido com as duas ferramentas compradas da Xerox. O computador Lisa recebeu esse nome em homenagem à filha mais velha Jobs, cuja paternidade só reconheceria após uma briga judicial.
- De fora
Em 1984, após grandes sucessos (como o Apple II) e também enormes fracassos de venda (caso do impopular Apple III e a Lisa), Jobs subiu ao palco para apresentar aquele que seria um dos maiores acertos da Apple em toda a história: o Macintosh. No ano seguinte, foi afastado da própria companhia pelo corpo diretor que ele mesmo ajudou a formar. Os motivos de seu afastamento seriam maus tratos para com seus funcionários e comportamento temperamental. Segundo o então diretor executivo, John Scully, essas atitudes poderiam prejudicar os futuros negócios da própria empresa.
Ainda em 1985, fora da diretoria da Apple, Jobs fundou a NEXT, outra empresa focada na produção de computadores para uso pessoal e corporativo. Paralelamente, em 1986, o empresário comprou uma divisão da Lucas Film, do cineasta George Lucas, especializada em computação gráfica. A empresa mais tarde se tornaria a Pixar Films, que, em conjunto com a Disney, produziria renomados filmes de animação, como “Toy Story” e “Vida de Inseto”.
- Sucesso
Em 1997 a Apple enfrentava uma forte crise de vendas e tinha como principal rival a Microsoft e seu sucesso arrebatador Windows 95. Convidado a retornar à empresa que fundou e com a missão de reerguê-la, Jobs levou consigo o NEXT step, que seria uma das bases para o sistema operacional para o MacOS utilizado atualmente pelos computadores da Apple. A NEXT foi então anexada à Apple por US$ 400 milhões e Steve Jobs voltou a ser o CEO (diretor-executivo) interino da companhia. Por causa dessa condição, ele era chamado de iCEO. Entre os produtos de sucesso da Apple na segunda fase sob o comando de Jobs estão à nova linha de computadores i Mac e os notebooks Mac Book. A companhia ainda revolucionaria o mercado da tecnologia e da indústria fonográfica com o player de música ipod, o smartphone com tela sensível ao toque iphone e o recente lançamento ipod, o primeiro tablet vendido massivamente.